Conquistando a autonomia: rumo à independência relativa
Vamos entrar no último tópico das reflexões da série Conquistando a autonomia, sobre o desenvolvimento psíquico inicial da vida do bebê.
Na última
postagem falamos do período dos primeiros
passos rumo à independência relativa do bebê, um estado do Ser em que se
inicia a aventura na relação com o mundo. Momentos de intensa descoberta, ao
mesmo tempo que encerra-se o tempo de dependência total da mãe, surgindo,
então, duas pessoas que se relacionam: a mãe e o bebê.
Hoje vamos
falar dos passos seguintes rumo à independência relativa.
Rumo à independência relativa
Podendo desfrutar de momentos de encontro com seu novo “eu”, o
bebê inicia a exploração do seu corpo e do ambiente circundante.
Progressivamente, se tornará capaz de esperar, de estar sozinho, mesmo
que na presença de alguém. Isso significa uma evolução psíquica que lhe
permitirá constituir sua singularidade.
Ao mesmo tempo, outros objetos vão criando um lugar nessas experiências,
até que o bebê possa iniciar uma relação com algo da realidade compartilhada.
É uma primeira incursão do Ser para fora da relação mãe- bebê. Ele
adotará esse objeto, que chamamos de objeto transicional , como se
fizesse parte de si mesmo e ao mesmo tempo algo do mundo.
Muitos bebês adotam as “naninhas” como esse objeto. Dormem, acordam, mamam, brincam, sempre de posse dela como condição fundamental de tranquilidade e bem estar do bebê, ou como objeto de experimentações nos momentos de excitação.
Muitos bebês adotam as “naninhas” como esse objeto. Dormem, acordam, mamam, brincam, sempre de posse dela como condição fundamental de tranquilidade e bem estar do bebê, ou como objeto de experimentações nos momentos de excitação.
Quando o bebê abandonará este objeto? Quando ele não precisar mais dele
como um intermediário. Dizemos que o objeto não é deixado, mas esquecido
gradualmente...
Atravessando a fase de dependência relativa, ruma para a independência (que nunca é
absoluta, mas interdependente dos outros), e assim o bebê vai constituindo sua
psique – é a formação da sua personalidade, tendo como primeira base a psique da própria mãe.
Se aquela dependência inicial se perpetua e se torna excessiva, esse
estado de coisas atrofia e sufoca o gesto espontâneo e a possibilidade
do bebê lançar as bases do “cuidar de si mesmo e estar sozinho na presença de
alguém”.
O bebê torna-se inseguro a respeito dos próprios processos e conquistas,
como se o mundo o invadisse antes de que ele tenha tempo para processar o este
mesmo mundo de acordo com suas capacidades.
Dito de outra forma, o bebê não tem oportunidade de criar a realidade
onde encontre sentido viver com espontaneidade e criativamente. Torna-se um
bebê submetido ao ambiente.
O bebê num ambiente onde sente que não pode exercer sua autonomia
pode tornar-se uma criança excessivamente apegada, manhosa, entristecida, ou
ainda uma “máquina de fazer gracinhas” respondendo à demandas e comandos
externos, deixando em segundo plano as próprias demandas de desenvolvimento e
autonomia – fique atento!
Encontramos na vida adulta, pessoas que carregam em si os reflexos desse
período. Pessoas submetidas aos desejos do outro, ao olhar do outro,
preocupadas com o que se diz a seu respeito, com sua imagem social. Pessoas
para quem a realidade externa é algo para o que precisa dar satisfações...
Ao contrário, se desde bebê temos a experiência de criar o mundo à nossa
volta, e estivermos nele implicados, nos responsabilizaremos pelo mundo e pelas
consequências de nossas ações. Seremos autores da própria Jornada!
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Com esses tópicos não pretendo esgotar o tema, ao contrário, somente
levantar a discussão de um tema complexo, e que requer o cuidado e atenção dos
pais para a saúde dos bebês! E, de alguma forma, de todas as pessoas, pois
todos atravessamos esse período inicial da vida e trazemos, dele, a herança que
construímos.
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Andréa Tarazona – Psicóloga
Psicoterapeuta de Adultos, Casais, Adolescentes.
Psicoterapeuta de Adultos, Casais, Adolescentes.
Orientação a Gestantes, Mães, Pais e "Tentantes".
Supervisão Profissional
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