Conquistando a autonomia: O bebê totalmente dependente





Olá amigos de Jornada!

Hoje lanço o primeiro artigo da série “Conquistando a Autonomia”.

A ciência nos mostra que o bebê humano nasce totalmente dependente e assim permanece por um tempo, necessitando do amparo e dos cuidados de pessoas que estejam a ele ligados de forma especialmente devotada, conectando-se com as necessidades desse novo ser.
 

Geralmente a pessoa que está naturalmente inclinada a devoção é a mãe, preparada naturalmente durante os meses de gestação, porém outras pessoas podem ocupar esse lugar significativo para o bebê na ausência daquela.

A dedicação materna de forma absoluta ao bebê nos primeiros meses de vida promove o sentido de acolhimento, pertencimento, continuidade...

Isso significa, de forma ampliada, que a mãe deverá atender as necessidades do bebê de forma plena.

Uma mãe disponível e devotada, saberá compreender aquilo que seu bebê necessita, sem retirar dele o gesto espontâneo, a capacidade de “criar” o mundo, ao mesmo tempo em que a mãe apresenta o mundo ao bebê. Isso dará a ele a sensação de continuidade da vida e, ainda, que a vida surge a partir dele.

A ausência desse acolhimento primordial exige que o bebê passe a “cuidar de si mesmo”, uma espécie de funcionamento precoce da mente, que vai apagando a espontaneidade, dando lugar à uma precoce preocupação, como se fosse responsável  por cuidar do ambiente em torno de si, quando o ambiente é que deveria cuidar dele. 

Às mães que estão iniciando este processo de maternagem, seja antes ou durante a gestação, sugiro um exercício:


- Pense em seus modelos de maternos (mãe, tias, avós).

- Quais conceitos, valores, angústias, sentimentos  habitam seu coração e sua mente quando pensa em seus modelos?

- Perceba como a maternidade está se construindo dentro de você.

- Suas experiências junto aos seus modelos de maternidade  te proporcionam quais sentimentos?

Mas por que estou trazendo estas questões? Justamente porque o novo bebê, totalmente dependente, irá precisar de uma mãe que possa acolhê-lo em todas suas necessidades, uma mãe disponível, que não esteja excessivamente preocupada consigo mesma, que esteja segura dos próprios sentimentos, e que esteja propensa a criar um modelo pessoal e singular de maternagem.

É preciso se preparar para estar disponível ao bebê. À mãe, digo que é fundamental que cuide da própria subjetividade, cuide de si mesma, das próprias emoções, desde antes da gravidez. 

É na matriz subjetiva da mãe que o bebê encontrará os primeiros alimentos psíquicos e emocionais para a sua própria vida. Por isso, quando a mãe cuida de sua vida emocional, já está cuidando de seu bebê, mesmo antes da gestação. 

O desenvolvimento psíquico saudável do bebê dependerá da "saúde psíquica" da mãe e da saúde do ambiente. O conceito de "mãe suficientemente boa", de D. W. Winnicott,  traz em si a ideia de uma mãe que confia em si mesma, em sua sabedoria materna, e que pode exercer a maternidade livremente, sem deixar-se atropelar pelas pressões do ambiente e pelas sombras emocionais internas.

Começamos a entender aqui que a saúde emocional do bebê está intimamente relacionada à saúde da mãe. 

E para que o bebê siga sua Jornada ruma à autonomia ele precisa viver essa dependência de forma saudável e plena.

No próximo post, falarei a respeito dos primeiros passos rumo à independência relativa do bebê.

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Andréa Tarazona - Psicóloga
Consultório: Vila Mariana - São Paulo
Informações: envie email para: andreatg.psi@gmail.com




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